Uma nova pesquisa conduzida no Reino Unido revelou que o vício em jogos pode provocar danos cerebrais semelhantes aos causados pelo consumo abusivo de álcool e drogas. O estudo reforça a decisão da Organização Mundial da Saúde (OMS) de classificar o distúrbio de jogos, ou “gaming disorder”, como uma condição médica oficial.
O estudo analisou os hábitos e os cérebros de mais de 1.500 jogadores compulsivos e os comparou com exames de pessoas dependentes de substâncias químicas. Os resultados indicaram alterações nas áreas cerebrais responsáveis pelo controle de impulsos e pelo processamento de recompensas, características típicas de dependências químicas.
Além das mudanças neurológicas, os pesquisadores observaram que os sintomas do vício em jogos incluem aumento da ansiedade, irritabilidade e isolamento social. Muitos jogadores apresentaram dificuldade em abandonar os jogos, mesmo com consequências negativas em suas vidas pessoais, profissionais e sociais.
Contexto e Reconhecimento pela OMS
Desde 2018, a OMS reconhece o distúrbio de jogos como uma doença oficial, classificada no CID-11 (Classificação Internacional de Doenças). Para que um diagnóstico seja realizado, os sintomas devem persistir por pelo menos 12 meses e causar prejuízos significativos à rotina diária.
Esse reconhecimento foi um passo importante para a saúde pública, permitindo que profissionais de saúde mental tenham critérios claros para identificar e tratar a condição. Ele também contribui para a formulação de políticas públicas e campanhas de conscientização sobre o uso excessivo de jogos.
Repercussão e Reações da Comunidade
A pesquisa trouxe à tona diferentes opiniões. Especialistas em saúde mental elogiaram o estudo, destacando a necessidade de mais debates e intervenções. Por outro lado, a comunidade gamer expressou preocupações sobre o risco de estigmatizar jogadores casuais e profissionais de e-sports. Eles ressaltam a importância de distinguir entre uso recreativo e comportamento compulsivo para evitar generalizações injustas.
Recomendações e Cuidados
Os especialistas recomendam que pais e responsáveis monitorem o tempo que crianças e adolescentes passam jogando e incentivem atividades alternativas, como esportes e interações sociais. Para aqueles que já apresentam sintomas de dependência, é importante buscar ajuda de profissionais de saúde mental.
À medida que os jogos se tornam cada vez mais presentes no dia a dia, a conscientização sobre os riscos do uso excessivo e o cuidado com a saúde mental tornam-se fundamentais para uma vida equilibrada.